
Imagem ilustrativa criada com inteligência artificial.
O rock progressivo sempre dividiu opiniões. Para alguns, é o ápice da genialidade musical, a mistura perfeita de técnica, complexidade e ousadia artística. Para outros, não passa de um delírio interminável de solos de 20 minutos, capas psicodélicas e letras que parecem ter sido escritas depois de uma viagem de ácido mal digerida.
Rock progressivo e sua ambição sem limites
Nos anos 70, o rock progressivo surgiu como a antítese do rock simples e direto. Enquanto o punk berrava três acordes e uma revolta honesta, o prog queria ser sinfonia, ópera, jornada cósmica. Bandas como Yes, Genesis e King Crimson acreditavam que o rock podia — e devia — ocupar o mesmo espaço da música erudita. Resultado? Álbuns com faixas que mais parecem capítulos de um livro de Tolkien, e shows que misturavam teatro, virtuosismo e viagens sonoras de meia hora.
Genialidade ou egotrip?
Aí está a grande questão: era realmente uma busca por novos horizontes musicais ou apenas um egotrip de músicos que não aceitavam ser “só” roqueiros? A técnica é inegável — basta ouvir Close to the Edge ou qualquer fase clássica do Rush para sentir que os caras sabiam o que estavam fazendo. Mas convenhamos: quantas vezes você já pulou uma faixa de 23 minutos porque simplesmente não tinha paciência para tanta firula?
A herança do rock progressivo
Curiosamente, o rock progressivo morreu justamente pela própria megalomania. Veio o punk, chutou a porta e gritou: “Chega de solos infinitos e de capas com dragões!”. E, de repente, o gênero virou coisa de nerd metido a intelectual. Mas… não dá pra negar: mesmo que o progressivo tenha perdido espaço, sua influência está em tudo — do metal sinfônico ao post-rock.
Rock progressivo: o veredito rebelde
É genialidade? Sim, em doses. Delírio musical? Também. O problema é que o rock progressivo nunca soube a hora de parar. E talvez seja aí que mora o charme: ele é excessivo, pretensioso e, por isso mesmo, inesquecível.
Leia também
- Origem do Rock’n Roll: a revolução lendária da música
- Rock Nacional dos Anos 80: Auge e Queda
- Hard Rock nos anos 70: AC/DC, Aerosmith e Van Halen no auge da rebeldia
- Mulheres que moldaram o Rock: rebeldia, talento e resistência
- As capas de álbuns mais icônicas da história do rock dos anos 60 e 70
Questões que não querem calar
Por que as músicas do prog são tão longas?
Porque o objetivo era criar “jornadas musicais”, não apenas canções de rádio.
O progressivo morreu de vez?
Não. Ainda resiste em nichos, com bandas modernas como Dream Theater e artistas como Steven Wilson mantendo a chama.
Preciso ser músico para gostar de prog?
Não, mas ajuda — quanto mais você entende de música, mais percebe a complexidade do gênero.
Por Bruno Falcão
Esse é apenas um lado da conversa. Qual é o seu? Comente e participe da discussão.
